segunda-feira, 31 de março de 2008

DENGUE


O dengue é uma doença infecciosa que possui uma causa bem definida: a transmissão de um vírus aos seres humanos por mosquitos do gênero Aedes. Existe, em conseqüência, uma solução óbvia: erradicar os mosquitos responsáveis pela transmissão por meio de pesticidas. Esse é o paradigma do controle do dengue, baseado na relação linear entre causa e efeito, que é habilmente desmontado ao longo do livro Abordagem Ecossistêmica em Saúde: Ensaios para o Controle do Dengue, para dar lugar a uma visão complexa das relações entre o ambiente e a saúde que abre a porta para o desenvolvimento de soluções integradas e participativas.
A abordagem ecossistêmica em saúde propõe um conjunto de metodologias e conceitos para melhor compreender as complexas interações entre os vários componentes dos ecossistemas (biofísico, sócio-econômico e cultural) e como estas interações influenciam a saúde das populações humanas. Busca ainda identificar estratégias de gestão dos ecossistemas para construção participativa de soluções integradas que promovam a melhoria da saúde e das condições de vida das populações e a sustentabilidade dos ecossistemas. A abordagem baseia-se em três pilares metodológicos: pesquisa transdisciplinar, participação do conjunto de atores envolvidos e eqüidade social e de gênero.
O livro traz uma coletânea de 29 artigos organizados em cinco capítulos. Os organizadores Lia Giraldo da Silva Augusto (docente e pesquisadora titular do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz), Rosa Maria Carneiro (professora adjunta de Pós-graduação em Medicina Tropical e em Saúde Coletiva, Universidade de Pernambuco) e Paulo Henrique Martins (docente do Departamento de Sociologia, Universidade Federal de Pernambuco), souberam atrair numerosos colaboradores, tanto pesquisadores, quanto gestores, brasileiros e estrangeiros, em torno de uma visão unificadora sobre a construção de um novo modelo sistêmico de controle do dengue.



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