segunda-feira, 7 de abril de 2008

Menina de 5 anos

Menina de 5 anos foi jogada pela janela do quarto dos irmãos
Pai afirma tê-la deixado dormindo no quarto de hóspedes; havia marcas de sangue no lençol e no corredor
Bruno Tavares, Carina Flosi e José Dacauaziliquá
Embora tenha sido deixada dormindo no quarto de hóspedes, a garota Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, foi jogada do 6º andar do Edifício Residencial London, na Parada Inglesa, zona norte de São Paulo, pela janela do quarto dos irmãos. A Polícia Civil também já sabe que a menina morreu em decorrência da queda de mais de 20 metros de altura. A constatação foi feita por peritos do Instituto Médico-Legal (IML) que examinaram o cadáver na madrugada de domingo.Os legistas encontraram outras escoriações e ferimentos no corpo, mas dizem ser impossível afirmar, por ora, se são resultado da queda ou se a menina teria sido agredida anteriormente. A camiseta de manga curta que Isabella vestia estava rasgada nas costas e também passará por perícia. “Ela morreu após a queda, isso é fato”, atestou o médico Hideaki Kawata, diretor do IML.Policiais do 9º Distrito, no Carandiru, onde o caso é investigado, disseram ontem ao Estado que haveria sinais de tentativa de asfixia no pescoço de Isabela. Os indícios, dizem eles, seriam a língua e as pontas dos dedos das mãos arroxeados. “Há várias explicações para isso, como uma parada respiratória provocada pela queda”, ponderou Kawata. O laudo necroscópico está sendo elaborado pelo legista Laércio de Oliveira César, o mesmo que examinou o corpo do lutador Ryan Gracie, morto em dezembro.Isabella era filha do primeiro casamento de Nardoni, com a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 23. Procurada pelo Estado, ela não quis falar. O que mais intriga os investigadores é a versão apresentada pelo pai da garota, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni, de 29 anos. Em seu primeiro depoimento, o rapaz contou que chegou ao prédio em que mora pouco depois das 23 horas de sábado. Estava com a atual mulher, a estudante Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, de 23 anos, e os três filhos - Isabella, Pietro, de 3 anos, e Cauã, de 10 meses. Como as crianças vieram dormindo no banco traseiro do Ford Ka, decidiu levar primeiro Isabella para o apartamento. Quando voltou com o restante da família, não encontrou mais a garota na cama. Vasculhou a casa e viu que a proteção da janela do quarto dos meninos estava cortada. Ao colocar a cabeça para fora, viu o corpo da menina estendido no gramado diante da portaria.A primeira pessoa a chegar ao local da queda foi o porteiro Valdomiro da Silva Veloso, de 28. “Ouvi o barulho e saí da guarita. A menina estava deitada de bruços e o rosto dela sangrava”, disse. “O pai foi o primeiro a chegar e falou que tinham tentado assaltar o apartamento dele”, contou Veloso. Ele diz não ter ouvido barulho ou movimentação estranha nas imediações ou no interior do prédio. As câmeras do circuito interno - instaladas na portaria e na entrada da garagem - não gravam as imagens registradas.

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